domingo, 29 de maio de 2011

Assistência de Enfermagem na Coleta de Sangue do Doador e na Hemotransfusão

Coleta de sangue de doadores

O ato de coleta de sangue do doador obedece a critérios importantes para garantir a qualidade do sangue doado e a manutenção do estado de saúde do doador

Triagem hematológica:

  • Verifica - se o peso corporal, que deve ser superior a 50 kg.
  • Explicar ao cliente o procedimento a ser realizado. 
  • Colher sangue capilar através da punção da polpa digital dos dedos anular ou médio, verificar a dosagem de hemoglobina e hematócrito.


Sala de coleta:
  • O ambiente da sala de coleta deve ser tranqüilo, agradável e limpo.
  • Poltrona ou leito.
  • Anexo a sala de coleta deve existir uma sala de recuperação equipada com material de atendimento a assistência ventilatória, medicação de urgência e oxigênio.

Para se iniciar o processo de coleta de sangue do doador, deve -se rotular cada bolsa de sangue a ser colhida, de modo que sua identificação seja clara e única.
O sangue deve ser coletado com técnica asséptica, utilizando-se sistema fechado, estéril e não deve ser realizada mais de uma punção em um mesmo doador. As bolsas utilizadas para coleta poderão ser simples, duplas, triplas e quádruplas. A escolha do anticoagulante irá depender das necessidades e realidade de cada serviço. Determinará o tempo de conservação e armazenamento do sangue coletado.

Orientações ao doador de sangue:

  • Após a doação, observar o doador por 5 minutos.
  • Oferecer um lanche.
  • Não utilizar bebidas alcoólicas por 6 horas.
  • Não fumar durante a primeira hora.
  • Evitar exercícios físicos principalmente no braço da punção.
  • Ante qualquer anormalidade comunicar a instituição.
  • Informá-lo sobre a conduta para receber os resultados do exame.


Reações adversas no doador de sangue:

A maior parte das reações adversas é resultado de influências psicológicas como nervosismo, medo e visualização do sangue. Manifesta-se com palidez, sudorese, náusea, vômito e crise convulsiva. É imprescindível a avaliação médica do doador, para assegurar um atendimento multidisciplinar adequado e completo. As reações e o atendimento prestado, devem ser registrado na folha de atendimento, anexada a ficha de doação.

Assistência de enfermagem na hemotransfusão:

Conceito: É a administração de sangue e dos hemoderivados.

Tipos:
• Sangue total: É constituído de plasma, que é a parte líquida do sangue, e os seus elementos figurados que são as hemácias, leucócitos e plaquetas. É indicado em caso onde existem a restrição de hemocomponentes. Ex: Hemorragia grave.

• Concentrado de hemácias: São separados a partir de uma unidade de sangue total, através da remoção por centrifugação de 200 a 250 ml de plasma. Repõe a capacidade de transportar oxigênio, o volume sangüíneo é normal. É administrado em anemia.

• Concentrado de plaquetas: São obtidas a partir de uma unidade de sangue total, através da centrifugação de plasma rico em plaquetas, não devendo conter hemácias. É indicado em caso de disfunção plaquetária, em doenças congênitas, doenças neoplásicas, leucemia, quimioterapia e radioterapia.

• Plasma fresco congelado:
É obtido a partir de uma bolsa de sangue total por centrifugação e congelamento a 18ºC, ate 8 horas após a coleta. Contém todos os fatores plasmáticos da coagulação. Deve ser respeitada a compatibilidade ABO. Indicado em casos de deficiências de fatores de coagulação.

Observações gerais importantes
  •  É obrigatório o uso do equipo de transfusão, com filtro, estéril, descartável e de uso único. Deve ser trocado se apresentar sinais de saturação e deve ser utilizado no máximo por 4 horas;
  • Para guarda de sangue e hemoderivados, as geladeiras e frezers devem conter termômetro interno e mapa de temperatura para o controle a cada 4 horas, afixado nos mesmos.
  • Ao manipulá-los é imprescindível o uso do EPI.
  • O aquecimento do sangue quando indicado, deverá ser realizado em equipamento próprio.
  • É proibido adicionar qualquer produto na bolsa de sangue e hemoderivados, ou a infusão concominante pela mesma linha que a do sangue.

Procedimentos para a administração de sangue e hemoderivados

  • Coleta de sangue para exames pré transfusionais.
  • Os pedidos de sangue e hemoderivados deverão ser solicitados em ficha de requisição padronizada pelo serviço de hemoterapia e devidamente preenchida.
  • Conferir a prescrição médica: identificação do cliente, descrição do produto e volume, assinatura, nome legível e CRM. Não é permitido rasuras, abreviações ou uso de corretivo.
O produto deve ser rotulado com:

  • Nome completo, número do registro e localização do receptor.
  • Data e assinatura do responsável pela realização dos testes transfusionais e sua liberação.
  • Grupo ABO e RH do receptor.
Como Proceder

  • Manter o cliente em posição de Fowler.
  • Aferir sinais vitais, ante qualquer anormalidade comunicar o médico.
  • Avaliação prévia do acesso venoso.
  • Montar o sistema transfusional, dentro dos padrões de assepsia e anti-sepsia.
  • Após o início da transfusão, permanecer com o cliente nos primeiros 10 a 15 minutos.
  • O tempo de transfusão é de no máximo 4 horas, estar atento às condições clínicas e circulatórias do cliente e ao máximo de aproveitamento dos componentes.

Reações adversas da transfusão:

Reações imediatas:

Reações hemolíticas(imune): Resultam de erros na identificação da amostra colhida, da identificação da bolsa do hemocomponente ou na identificação do cliente. Ex: sangue errado.
Sinais e sintomas: hipertermia,,mal estar, agitação, sensação de calor, queimação na veia puncionada e rosto, dispnéia, náuseas, cefaléia, sudorese, pulso filiforme, hipotensão, hemoglobinúria e sangramento profundo.

Reações febris: É atribuída a presença de anticorpos dirigidos contra leucócitos ou plaquetas.
Sinais e sintomas: tremores, calafrio, cefaléia, náuseas, vômitos, febre, hipertensão arterial, alterações pulmonares e cardíacas.

Reações alérgicas e anafiláticas:É causada por anticorpos dirigidos contra proteínas plasmáticas.
Sinais e sintomas: quadro de urticariforme(máculas, pápulas, eritema e prurido), tosse, cefaléia, náuseas, hipotensão e edema de glote.

• Hipervolemia: Ocorre quando é administrado um volume grande de sangue, e o mesmo é infundido rapidamente, ou em cliente com cardiopatia.
Sinais e sintomas: hipertensão arterial sistólica,precordialgia, arritmia, dispnéia, tosse, cianose e EAP.

• Contaminação bacteriana: São causadas por microorganismos capazes de crescer em temperaturas entre 1 a 6ºC. Sinais e sintomas: hipertemia, dor abdominal e nas extremidades, vômito, diarréia, hipotensão, hemoglobinúria e choque.

Assistência de enfermagem nas reações transfusionais imediata:

  • interromper imediatamente a transfusão.
  • Manter o acesso venoso.
  • Solicitar a presença do médico assistente;
  • Examinar as etiquetas, rótulos e registros, conferindo novamente com os dados do cliente.
  • Encaminhar ao serviço de hemoterapia, a bolsa contendo o sangue, equipo e etiqueta de identificação da bolsa, tendo o cuidado para não promover a contaminação do produto;
  • Registrar todos os sinais e sintomas de forma clara e objetiva, bem como a assistência prestada.


Reações tardias:

• Doenças infecciosas: São doenças passíveis de transmissão por transfusão de sangue e hemoderivados, a hepatite B e C, sífilis, doenças de Chagas, AIDS, malária, citomegalovírus e herpesvírus.
Com o aperfeiçoamento de novos testes sorológicos e a triagem clínica dos doadores melhor conduzida, a incidência de transmissão de doenças por transfusão tende a reduzir.

• Hemossiderose: Ocorre em casos de transfusões crônicas de concentrado de hemácias, leva ao depósito de ferro nos tecidos(fígado, coração e glândulas endócrinas).

Considerações gerais sobre hemoterapia

  • O enfermeiro torna-se responsável pela hemotransfusão
  • Aferir e anotar os sinais vitais antes de iniciar a infusão.
  • Certifique-se de que é o paciente certo, o sangue certo, a dosagem e a hora correta.Conferir o grupo sangüíneo do paciente.
  • Nunca administrar medicamentos ou soroterapia(exceto soro fisiológico) na via puncionada para hemotransfusão, pois causam destruição das células vermelhas do sangue.
  • Selecionar scalp com calibre superior à 18.
  • Período máximo para infusão: 4 horas.
  • O equipo tem um filtro para reter sangue coagulado e resíduos. *Uso do equipo em ‘Y’.
  • Retirar o sangue da geladeira 30 minutos antes
  • Os eritrócitos deterioram após 2 horas em temperatura ambiente.
  • Observar rigorosamente o cliente, principalmente nos primeiros 15 minutos,com gotejamento de 5 gts/min,aumentando à cada 15 minutos,até 30 gts/min.
  • Em caso de sangue total:inverter suavemente a bolsa para misturar as células.
  • Pode-se usar o esfignomanômetro para facilitar a infusão:não exceder 300mgHg - hemólise e ruptura da bolsa.
  • Suspender imediatamente a hemotransfusão em caso de reações adversas.
  • Podem ocorrer complicações tardias, hepatite, aids(janela imunológica).
  • Relate data, hora, quantidade de produto, reação adversa, sinais vitais e observacões realizadas.
  • O paciente Testemunha de Jeová deve atestar por escrito

Necessidades Terapêuticas do Paciente

     A administração de medicamentos tem uma função terapêutica de enfermagem, que depende essencialmente da prescrição médica. Algumas prescrições estabelecem horários exatos para a administração, outras ficam a critério do enfermeiro, que usa não somente, conhecimento dos princípios científicos como também de um discernimento profissional para fixar os horários em que o paciente (cliente) deverá receber o medicamento.
     A observação de reações do paciente (cliente) a qualquer droga deve ser rigorosamente anotada. Orientar o paciente sobre a medicação que é fundamental para que o mesmo colabore com o auto cuidado.
     Quanto à preparação os medicamentos normalmente serão prescritos diariamente, tendo validade de 24 horas: a prescrição medica deve conter os seguintes dados – data, hora de prescrição, nome do medicamento, via de administração, freqüência, assinatura e carimbo do médico.

     Quanto à medida:

  • 1 colher de sopa 15ml
  • 1 colher de sobremesa 10 ml
  • 1 colher de chá 05 ml 
  • 1 colher de café 03 ml 
  • 20 gotas = 1ml 
  • 1 medida 05 ml 
  • Gramas 
  • Miligramas 
  • Frasco 
  • Ampola
  • Comprimido 
  • Drágea
  • Cápsula
  • Gotas por minuto
  • Microgotas por minuto
  • Ml/hora
  • UI = unidades internacionais
     Quanto à identificação:


     Pode ser estabelecido através de ficha contendo – nome do paciente, número do quarto e leito, nome da medicação, dose a ser administrada, via de administração, horário a ser administrado. 

     Quanto à checagem: 



     No final do período ou mais intervalos convenientes, toda a medicação que foi realizada no seu horário de trabalho devera ser checada. As medicações não realizadas por não aceitação do paciente ou por outro motivo devera ser circulada. O período diurno checa a medicação ou circula com caneta vermelha e o período noturno com caneta azul.

     Quanto a segurança do paciente considerar as cinco certezas:
  1. paciente certo
  2. medicamento certo
  3. via certa
  4. dose certa
  5. horário certo 
     Quanto ao material de uso:
  • Seringas (60ml, 50,20,10,5,3,1ml = insulina em UI)
  • Agulhas (40x12, 30x8,25x8,25x7, 25x6, 25x5,5, 13x4,5)
  • Scalps (27,25,23,21,19)
  • Abocath (24,22,20,18,16,14)
  • Equipos (microgotas, macrogotas, de bomba de infusão)
  • Intermediário de 2 ou mais vias
  • Copos plásticos.


Fluidoterapia ou Soroterapia

É a introdução de líquidos através da via parenteral. A velocidade da infusão e o tipo de solução dependem das necessidades hídricas de cada cliente. A solução parenteral pode substituir a ingestão de líquidos.

Objetivos:

  • Reposição de líquidos em hipovolemia
  • Reposição de substancias pelas as quais o organismo esta deficiente
  • Suprimento nutritivo
  • Diluição de medicamentos irritantes 
Indicações:
  • No pré, trans e pós operatório
  • Desidratação
  • Hemorragia
  • Desnutrição, como, controle da PVC ( relação efetiva entre a quantidade desangue que chega e a capacidade do coração de bombear esta carga), parada cardiorespiratória. 
Soluções indicadas: 

Solução Isotônica: A mesma pressão osmótica do sangue não ocorre movimento efetivo de líquidos para o interior ou para o exterior do sistema vascular, a partir do liquido intersticial ou das células. 
  • Soro Glicosado 5% glicose ou dextrose em água. Não contem eletrólitos, cada 1000ml contem 170 kcal. Indicação : manutenção ou reposição de líquidos, também na nutrição parenteral, hipoglicemia e choque.
  • Soro Fisiológico 0.9% cloreto de sódio em água. Não contem outros eletrólitos alem do sódio e do cloreto. Indicações: restabelecer ou manter o equilíbrio de sódio, repor perdas no volume do liquido extracelular, início e termino da administração de sangue.
  • Ringer contem potássio (K), cálcio (Ca), sódio (Na). Indicação: suplemento de ingesta inadequada de líquidos, ou quando as perdas de água pelo organismo são excessivas.
  • Ringer com Lactato apresenta a mesma composição, mais o lactato. Indicação: desidratação e desviar líquidos do sistema vascular para o espaço intersticial, no tratamento da acidose discreta, resultante da diarréia ou nefropatia.
Contra indicação: hiperpotassemia 


Solução Hipertônica: Apresenta pressão osmótica mais elevada que a do sangue: o liquido intersticial é arrastado par ao sangue, usada para repor déficit de líquidos e eletrólitos.
  • Solução de glicose a 10% e a 20% 
  • Solução de glicose a 5% em ringer lactato
  • Manitol que é um diurético. 
Indicações: edema cerebral, insuficiência renal aguda e ascite 
Contra indicado: anúria completa, descompensação cardíaca.

Soluções Hipotômicas: Apresenta pressão osmótica inferior a do sangue, usadas para lançar líquidos no espaço intersticial, a partir do sangue. O soro fisiológico hipotônico (cloreto de sódio a 0,45%), é frequentemente utilizado. Infusões excessivas de soluções de hipotônicas podem levar a um depleção de líquidos intravascular, diminuídas da pressão arterial, edema cerebral e destruição celular. Estas soluções exercem menos pressão osmótica do que a do liquido extravascular.

Outras soluções
  • Plasma humano: substancia protéica, utilizado nas queimaduras e choque hemorrágico
  • Haemacel: substituto coloidal do plasma, utilizado no choque de qualquer etiologia
  • Albumina humana: reposição de albumina, utilizado na nefrose e cirrose hepática
  • Bicarbonato de sódio a 8,4%: utilizado em acidose diabética, acidose por PCR, acidose respiratória. 
Contra indicado na hipernatremia, alcalose metabólica.

Material utilizado na fluidoterapia:
  • Solução
  • Equipo de soro
  • Rótulo com nome, quarto e leito, solução, medicação, nº de gotas/m, nº de frascos, hora, data e assinatura de quem fez.
  • Scalp ou abocath
  • Garrote
  • Esparadrapo
  • Cuba ou saco de papel
  • Algodão com álcool a 70%
  • Algodão seco
  • Toalha ou lençol móvel
  • Suporte de soro. 
Técnica 
  • Preparo do paciente – psicológico, condições de higiene, conforto, necessidades fisiológicas e condições da veia.
  • Preparo do ambiente – providenciar suporte de soro, fonte de luz, local para colocar a bandeja.
  • Preparo do material.
  • Lavar as mãos
  • Preparar a solução e rotulo
  • Colocar o equipo
  • Retirar o ar
  • Preparar o esparadrapo. 
Na instalação
  • Pendurar o frasco no suporte
  • Colocar um coxim ou travesseiro sob o membro
  • Colocar a toalha na cama para proteger
  • Colocar o garrote e pedir para o paciente para abrir e fechar a mão
  • Fazer anti-sepsia do local de baixo para cima
  • Puncionar a veia com scalp ou abocath conforme a condição da veia escolhida
  • Após a punção deve-se fixar o acesso com esparadrapo ou micropore conforme as condições da pele do paciente para que não sai
  • Controlar gotejamento
  • Retirar o soro quando não estiver mais prescrito
  • Anotar anormalidades
  • Observar punção com freqüência verificando possíveis sinais de infecção da punção
  • Realizar a troca do acesso se anormalidades quanto a (soroma, hematoma, obstrução da agulha ou abocath) e realizar a troca dos dispositivos e acesso conforme orientação da CCIH
  • Imobilizar quando necessário
  • Observar sinais de reação pirogênica
  • Observar sinais de choque anafilático
  • Observar sinais de reação hemolítica se instalação de hemoderivados
  • Pacientes conscientes orientar para o auto cuidado
  • Pacientes agitados realizar imobilização e melhor fixação do acesso.

Medicações Oftálmicas


TÉCNICA
JUSTIFICATIVA DA AÇÃO
Lave as mãos
Remover microorganismos colonizadores
Identificar o paciente chamando-o pelo nome
Garantir que o medicamento será administrado ao paciente certo
Coloque o paciente na posição sentada com a cabeça levemente inclinada para trás e para o lado do olho em que o medicamento será instilado
Evitar a passagem da droga no duCto nasolacrimal ou que pingos caiam no rosto ao piscar
Limpe as pálpebras e os cílios,caso haja resíduos.Use uma bola de algodão ou um lenço umedecido em água
Promover o conforto e maximizar o potencial de absorção
Esfregue o olho a partir do canto próximo ao nariz,denominado canto interno,na direção do canto externo
Movimentar os resíduos para longe do ducto lacrimal
Oriente o paciente para olhar na direção do teto
Evitar olhar diretamente para o aplicador,o que geralmente causa o reflexo de piscar ao aproximar-se do olho
Faça uma bolsa na pálpebra inferior,puxando a pele sobre a órbita óssea para baixo
Oferecer um reservatório natural para depositar o líquido terapêutico
Movimente o recipiente do medicamento a partir da região inferior da linha de visão do paciente ou a partir do lado do olho
Evitar o reflexo de piscar
Segure firme o recipiente acima do local da instilação sem tocar a superfície do olho
Evitar lesões
Instile a quantidade receitada de gotas do medicamento no olho correto,na bolsa formada pela conjuntiva
Obedecer à prescrição médica,administrando a dose certa
Se for usada pomada,aperte uma faixa da mesma sobre a margem da pálpebra inferior
Aplicar a pomada na conjuntiva
Oriente o paciente para que feche as pálpebras suavemente e,depois,para que pisque várias vezes
Distribuir a droga
Limpe os olhos com um lenço de papel limpo
Remover o excesso de medicamento e promover o conforto

Medicações Nasais

TÉCNICA
JUSTIFICATIVA DA AÇÃO
Lave as mãos
Remover microorganismos colonizadores
Identificar o paciente chamando-o pelo nome
Garantir que o medicamento será administrado ao paciente certo
Ajude o paciente a sentar-se com a cabeça inclinada para trás,ou para o lado,caso a droga precise alcançar um dos sinus da face
Facilitar o depósito da droga onde seu efeito é desejado
Caso o paciente não consiga sentar-se,conceda uma toalha enrolada ou um travesseiro sobre o pescoço
Oferecer apoio e ajudar na posição do paciente
Retire a tampa do medicamento,à qual costuma estar acoplado um gotejador
Oferecer um meio de administrar o medicamento
Direcione a ponta da pipeta na direção da passagem nasal e aperte a parte de borracha na pipeta para administrar a quantidade de gotas prescritas
Depositar a droga na narina,e não na garganta,e garantir a administração na dose certa
Oriente o paciente para respirar pela boca,enquanto as gotas são instiladas
Evitar a inalação de gotas maiores

Se a droga estiver em spray,colocar a extremidade do recipiente exatamente dentro da narina
Administrar o medicamento na passagem nasal
Oclua a narina oposta
Administrar a medicação em uma passagem nasal e depois em outra
Oriente o paciente para que aspire à medida que o recipiente é apertado
Distribuir o aerosol
Aconselhe o paciente à permanecer na posição por cerca de cinco minutos
Promover a absorção local
Tampe o recipiente e guarde-o no local apropriado
Seguir os princípios de assepsia e demonstrar responsabilidade pela propriedade do paciente

Medicação Otológica

 É aquela em que é instilada uma droga na porção externa do ouvido. 

Instilando medicamento no ouvido:
  • o cliente deve estar sentado, com a cabeça inclinada.
  • tracionar o pavilhão auricular para cima e para traz.
  • instilar o medicamento.
  • oriente ao paciente para permanecer nessa posição por pouco tempo.
  • uma bola pequena de algodão pode ser colocada, sem apertar, na orelha para absorver o excesso do medicamento.
  • é adequado aguardar cerca de 15 minutos, caso o medicamento precise ser instilado no outro ouvido.
  • não tocar a extremidade do recipiente no ouvido do cliente, para evitar a contaminação do mesmo.

Medicação Retal

Inserindo supositório retal

O supositório é uma massa medicamentosa oval ou cônica que é inserida em uma cavidade do corpo, como o reto.
A razão mais freqüente para a inserção de um supositório é o uso de uma droga que promoverá a expulsão das fezes.

Material: 
  • Supositório
  • Luvas de procedimento.


Método:
  • Explicar ao paciente o procedimento que será realizado.
  • Colocar o biombo.
  • Colocar o paciente na posição de Sims.
  • Cubra o paciente, expondo apenas suas nádegas.
  • Lavar as mãos e colocar as luvas.
  • Separar as nádegas para ter uma total visão do ânus.
  • Introduzir o supositório, primeiro a extremidade afunilada, para além do esfíncter interno, cerca da distância de um dedo(ou pelo lado mais grosso).
  • Solicitar ao paciente que tente reter o supositório por um mínimo de 15 minutos.
  • Retirar as luvas e lavar as mãos.
  • Anotar o cuidado prestado.

Medicação Oral

Via Oral: deglutição
Via Bucal: colocar o comprimido entre a bochecha e a gengiva
Via sub-lingual:embaixo da língua- esperar dissolver
Por sonda: diluir e administrar com seringa

TÉCNICA PARA ADMINISTRAÇÃO VIA ORAL:
  • Lavar as mãos
  • Não encostar no comprimido
  • Oferecer água, pois aumenta a absorção do medicamento
  • Sabor desagradável - água fria
  • Garantir que o paciente engoliu
  • Suspensões: agitar o frasco antes de retirar a solução.
  • Xaropes: manter o rótulo virado para a palma da mão, evitando que o líquido escorra e manche o mesmo.Limpar a borda do frasco com papel toalha.
  • Rotular os copinhos usados para colocar a medicação com nome do paciente,medicamento,dose e via a ser administrada, evitando erros por troca de medicamentos.

Medicação por via tópica

A pele deve estar limpa

Técnica a ser aplicada:
  • Usar luvas de procedimento.
  • Em caso de ferida aberta limpar com SF 0,9% e usar luvas estéreis.
  • Espalhar a droga com os dedos ou usar espátulas.
  • Massagear para aumentar a absorção.
  • Medicação em discos: aplicar em áreas sem pelos,não aplicar em locais com dobras(abdomem), e locais com massa muscular pesada ou na axila e virilha.Ex: Peito,braço.
  • Medicação em spray: aplicar uma camada fina.

Medicação por via vaginal (cremes ou supositórios)

     Pode-se aplicar com o dedo ou aplicador (5 a 7 cm).Orientar que a paciente permaneça em repouso de 15 a 20 minutos.

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Medicação parenteral

O termo parenteral refere-se à administração de drogas ou nutrientes por qualquer via que não seja a oral e a intestinal.
A especificidade de cada medicamento, o tipo de ação desejada(local ou geral) e a velocidade de absorção pretendida, determinam a escolha desta ou daquela via, porém, qualquer que seja a escolha, a administração exige muitos cuidados, como: técnica especializada, material absolutamente estéril do inicio ao fim do procedimento e encaixe perfeito dos componentes da seringa e da agulha na seringa.

Os medicamentos parenterais são comumente injetados:
  • No músculo -> injeção intramuscular(IM).
  • Na veia -> injeção intravenosa ou endovenosa(IV ou EV).
  • No tecido subcutâneo -> injeção subcutânea ou hipodérmica(SC).
  • Sob a epiderme -> injeção intradérmica(ID).

Todas as vias têm a vantagem de apresentar uma absorção mais rápida do que a via oral ou intestinal e sendo a absorção mais completa, pode -se determinar doses mais precisas e prever com maior segurança seus resultados. A desvantagem é que uma vez ministradas, não é possível retirá-las, e como são absorvidas rapidamente, pode haver uma lesão considerável em pouco tempo, devido a uma droga dada por engano. Como a pele é rompida em todas estas vias, existe também o risco de uma infecção, por isso devem ser preparadas e administradas com técnica asséptica.

CUIDADOS BÁSICOS ANTES DA APLICAÇÃO

Quanto à sala de preparo de medicação:
  • Ambiente arejado, boa iluminação;
  • Bancada de preparo, pia com torneira, suporte para sabão liquido, papel toalha, lixeira com tampa;
  • Recipiente de parede rígida para coletar os resíduos.
  • Quanto ao armazenamento de seringas e agulhas descartáveis
  • Local fresco, sem umidade, isento de poeira, longe de material perfurante ou cortante que possa romper as embalagens;
  • Seringas e agulhas dispostas de acordo com seu calibre;
  • Podem ser guardadas em gavetas ou armários fechados;
  • As embalagens das seringas e agulhas devem manter-se intactas até o momento de sua utilização, a fim de evitar contaminação.

 Quanto à prescrição médica:
  • Deve-se verificar: nome do paciente, data da prescrição, nome do medicamento, concentração e dosagem a administrar, horário de administração, assinatura e o número de registro no respectivo Conselho Regional.

Quanto ao medicamento:
  • Observar: aspecto da substância e validade da droga.

Quanto à lavagem das mãos:
  • As mãos são consideradas veículos de contaminação quando não levadas em consideração três fatores fundamentais: técnica correta, freqüência e condições adequadas para a lavagem das mesmas. A técnica de lavagem das mãos deve ocupar o papel principal no controle das infecções, devido a sua importância no combate às infecções cruzadas(transmissão de germes do profissional para o paciente).

Injeção Instramuscular

É a introdução de no máximo 5ml de medicamento dentro do corpo muscular. Apesar de muitos serem os músculos do corpo, poucos são os que se prestam a estes objetivos, para seleciona-los devemos considerar:
  • Distância em relação a vasos e nervos importantes;
  • Musculatura desenvolvida para absorver o medicamento;
  • Espessura do tecido adiposo; 
  • Idade do paciente;
  • Irritabilidade do paciente;
  • Atividade do paciente;
  • Evitar tecido cicatricial ou endurecido. 
Esta via é especialmente indicada:
  • Para a administração de substâncias irritantes(aplicadas sempre profundamente no músculo);
  • Introdução de substâncias de difícil absorção, como metais pesados, medicamentos oleosos e demais substâncias consideradas consistentes;
  • Aplicação de maior volume de soluções(volume igual ou inferior a 5ml);
  • Administração de substâncias que precisam ser absorvidas mais rapidamente que pelas vias intradérmicas e subcutânea.
Locais para administração de injeção intramuscular:
  • Região deltóidea (músculo deltóide).
  • Região dorsoglútea(músculo glúteo máximo). 
  • Região ventroglútea(músculo glúteo,médio e mínimo).
  • Região face ântero-lateral da coxa(músculo vasto lateral).
Para selecionar uma ou outra região deve-se levar em consideração suas vantagens e desvantagens, conhecer anatomicamente as regiões para localizar corretamente o local da inserção, as contra-indicações e possíveis complicações.

O local da injeção determinará a posição do paciente durante a aplicação, não devendo ser realizado com a pessoa de pé, pois esta pode desmaiar ou sentir tonturas, criando um risco para sua segurança.

1- Região deltóidea(D):

O volume máximo a ser introduzido é de 3ml com a angulação da agulha perpendicular à pele(90º), não devendo ser utilizado várias aplicações consecutivas, devido a massa muscular ser relativamente pequena.
A delimitação deverá ser feita marcando quatro dedos abaixo do final do ombro e no ponto médio no sentido da largura(ao nível da axila), 3 a 3,5 cm acima da margem inferior do deltóide.


Posição do paciente: deitado ou sentado com o braço ao longo do corpo ou com o antebraço flexionado em posição anatômica, com exposição do braço e ombro.
Deve ser usado para adultos como última alternativa, após avaliação bem criteriosa.

Desvantagens:
  • Região de grande sensibilidade local;
  • Não permite que seja injetado grande volume;
  • Não pode ser utilizado para injeções consecutivas e com substâncias irritantes,pois pode causar abcessos e necrose;
  • Não deve ser usada para crianças com idade de 0 a 10 anos.
2. Região dorso glútea(DG):

Indicada quando tiver a necessidade de se administrar 3 a 5 ml. Um dado anatômico importante é o nervo ciático, fundamental para a motricidade dos membros inferiores. A área é estabelecida traçando-se um eixo imaginário horizontal com origem na saliência mais proeminente da região sacra, e outro eixo vertical, originando na tuberosidade isquiática, cuja linha de conexão fica paralela ao trajeto do nervo ciático. A injeção é aplicada no quadrante látero-superior externo.

Posicionar o paciente em decúbito ventral, com a cabeça voltada para o aplicador(para melhor observação de desconforto ou dor durante a aplicação),os braços ao longo do corpo e os pés virados para dentro. No caso de criança, estas deverá estar deitada firmemente no colo de uma pessoa adulta, em decúbito ventral.

Não é indicada para crianças menores de 3 anos, ou 2 anos de deambulação pois nesta faixa etária a região dorso glútea é composta de tecido adiposo e há somente um pequeno volume de massa muscular e localização ainda não definida do nervo ciático, a qual se desenvolve, posteriormente, com a locomoção, podendo por isso ser usada quando a criança já anda há 2 ou mais, geralmente na idade de 3 anos. E ainda, pela inquietação da criança há maior probabilidade de uma angulação inadequada da agulha, aumentando o risco de lesão neural.

3. Região ventroglútea(VG):

É a região mais indicada por estar livre de estruturas anatômicas importantes. É constituída pelos músculos glúteos médio e mínimo de espessura muscular grande (média de 4cm). Não apresenta vasos sangüíneos ou nervos significativos(área servida por pequenos nervos e ramificações vasculares). O posicionamento dos feixes musculares previne o deslizamento do medicamento em direção ao nervo ciático.
Esta região é assinada colocando a mão esquerda no quadril direito do paciente e vice-versa; aplica-se a injeção no centro do triângulo formado pelos dedos indicador e médio quando o primeiro é colocado na espinha ilíaca antero-superior e o segundo na crista ilíaca.

Esta é uma região indicada para qualquer faixa etária, especialmente crianças, idosos, indivíduos magros ou emaciados.

Posição do paciente:decúbito dorsal, lateral, ventral ou sentado. 
Angulação 90° e volume máximo de 5ml.

Desvantagens:
  • Paciente vê a administração da injeção o que pode torná-lo apreensivo.
  • Resistência, por parte dos profissionais, à mudanças, devido a insegurança ou pelo apego às técnicas tradicionais.
Região face ântero-lateral da coxa(FALC):

Local seguro por ser livre de vasos sangüíneos ou nervos importantes nas proximidades. Os grandes vasos e nervos percorrem a região póstero-medial dos membros inferiores.

Outras vantagens:
  • Apresenta grande massa muscular; 
  • Extensa área de aplicação,podendo receber injeções repetidas;
  • Proporciona melhor controle de pessoas agitadas ou crianças chorosas;
  • É de fácil acesso, tanto para o profissional, como para o próprio paciente que dela poderá utilizar-se sozinho.


O local é identificado dividindo-se a área entre o joelho e o grande trocanter em terços; a injeção é aplicada na face lateral do terço médio. Determina-se o local respeitando a distância de 12 cm abaixo do trocanter maior e 9 e 12 cm acima do joelho. A aplicação é feita entre a linha média lateral e a linha média anterior da coxa.

 Posição do paciente: deitado com o membro inferior estendido ou sentado com a perna fletida. Angulação 45° e volume máximo de 3ml.

 É indicada para lactente e infante(29 dias e 10 anos) e adolescente e adulto com restrição devido à dor.

É contra-indicada em recém-nascidos devido ao risco de contratura do quadríceps femoral.

TÉCNICA DE APLICAÇÃO DE INJEÇÃO INTRAMUSCULAR

Material necessário:
  • Algodão embebido em álcool a 70%.
  • Seringa e agulha de acordo com a viscosidade e quantidade da droga.
  • Medicamento prescrito.
  • Recipiente de parede rígida para desprezar o material utilizado(algodão, seringa e agulha).
Procedimento:
  • Rever a prescrição médica, observar aspecto da substância e prazo de validade.
  • Proceder à lavagem correta das mãos.
  • Montar a seringa e conectá-la na agulha,com técnica asséptica e testá-la.
PREPARAR A MEDICAÇÃO DA SEGUINTE FORMA:

Uso da ampola:
  • Agitar a ampola, sem formar espuma, para homogeneização(quando necessário);
  • Dar pancadinhas na parte de cima da ampola para drenar o líquido do gargalo para a base;
  • Limpar o gargalo com algodão e álcool. Segurar o gargalo envolvido em algodão entre o dedo polegar e o indicador: quebrar fazendo uma leve pressão;
  • Colocar a ampola entre os dedos indicador e médio com uma das mãos; com a outra, pegar a seringa e introduzir a agulha na ampola sem que o canhão toque o líquido.
  • Aspirar a quantidade de medicamento necessário;


Uso de frasco-ampola:
  • Retirar o protetor metálico e limpar a tampa de borracha com álcool 70%;
  • Aspirar o diluente, introduzir a agulha na tampa de borracha e injetar o diluente;
  • Soltar o êmbolo permitindo que o ar volte;
  • Agitar com movimentos circulares (segurando na palma da mão a seringa com o frasco);
  • Injetar o ar contido na seringa(visando facilitar a remoção do liquido);
  • Colocar o frasco e a seringa em posição vertical de modo que o frasco fique sobre a seringa e aspirar a quantidade necessária;
  • Retirar a agulha e a seringa, e em posição vertical,com a agulha protegida com a capa, expelir o ar;
  • Posicionar confortavelmente o paciente. Escolher o local da administração(se não houver contra-indicação médica, a opinião do paciente deve ser levado em consideração);
  • Fazer anti-sepsia ampla do local com algodão embebido em álcool. Deixar a pele secar;
  • Colocar o algodão entre o dedo mínimo e anular da mão esquerda;
  • Segurar firmemente o músculo com a mão não dominante, estabilizando-o;
  • Introduzir totalmente a agulha, com a mão dominante, na parte central do músculo, mantendo esta mão segurando a seringa com firmeza;
  • Soltar o músculo e aspirar o êmbolo da seringa para verificar a presença de sangue;
  • Se houver presença de sangue, retirar a agulha e aplicar em outro local;
  • caso não haja sangue, injetar o medicamento lentamente;
  • retirar rapidamente a agulha, fazendo compressão local com o algodão.